"Agitar uma machadinha diante do portão do mestre Lu Ban"
Neste provérbio existem dois grandes homens da história chinesa:
O primeiro, Li Tai Po, conhecido como "poeta imortal" ou "anjo predestinado", viveu entre os anos de 701 e 762 da nossa era. Escrevendo sob permanente embrieguez (o que na China não tem a conotação negativa que tem no ocidente, sendo, pelo contrário, um estado considerado propício à criação de obras-primas.) Li Tai Po é o maior lírico de toda a literatura chinesa, o poeta chinês mais traduzido e mais conhecido no mundo ocidental. (Á parte: Eu também quero ser uma escritora famosa! Este embebeda-se e é o mais famoso e lido!! O.O ok... vou embebedar-me de Coca-cola antes de escrever u.ú)
Li Tai Po morreu afogado aos 61 anos de idade. Segundo reza a historia, atirou-se a um rio quando, embriagado, tentava abraçar o reflexo da Lua nas águas, na vila de Tan Tu. O seu túmulo, que se encontra nesta povoação, tornou-se um canto muito visitado pelos literatos. Cada um dos artistas escreve um poema nos muros ou nas pedras que se encontram perto do túmulo do poeta, todos em sua homenagem.
A segunda personalidade é o mestre carpinteiro Lu Ban, ao qual nenhum carpinteiro chinês das gerações que lhe seguiram deixou de render o mais elevado tributo.
Também o poeta Mei Zhi-huan, do período da dinastia Ming, visitou o túmulo de Li Tai Po, junto ao qual escreveu os seguintes versos:
Um túmulo á beira do rio
Brilha durante milhares de anos com os seus poemas.
Quem o visita deixa algumas linhas
Como se agitasse uma machadinha
Diante do portão de Lu Ban.
E assim nasceu o provérbio: "Agitar uma machadinha diante do portão do mestre Lu Ban" com o sentido de ostentar uma habilidade ante o melhor entendedor do assunto. Hoje o provérbio é usado em duas situações diferentes, como em critica ou em caso de modéstia.
"O pescador aproveita-se da luta entre o grou e o mexilhão"
No livro chinês Lendas dos Reinos Combatentes, obra de há dois mil anos atrás, aparece a história "O pescador aproveita-se da luta" entre o grou e o mexilhão.
Um dia, um grou avistou um mexilhão na praia, mesmo pronto a ser comido. Lançou-se para comê-lo. Mas o mexilhão, apertou o bico da ave para o impedir de o comer.
Assim teve inicio uma tremenda luta.
O Grou disse:
-Bastam dois dias sem chuva para que morras de sede aqui na praia!
-Bastam dois dias para tu morreres á fome! -Respondeu o mexilhão.
As horas passaram e já os dois estavam cansados mas sem nenhum deles desistir... Nessa altura, passou um pescador, que, sem qualquer esforço, levou o grou e o mexilhão para casa.
Usou-se então o provérbio O pescador aproveita-se da luta entre o grou e o mexilhão, que se usa quando duas partes lutam uma contra a outra, beneficiando assim uma terceira.
"O receio do homem de Qi acerca do céu"
Existem pessoas que têm medo de tudo e mais alguma coisa.
Há três mil anos, havia na região centro da China um pequeno reino chamado Qi. Nesse reino havia um homem que se preocupava com tudo:
-Ai, o céu é tão grande, tão alto... Se cair o que poderei eu fazer? Onde me hei de esconder? Tenho de procurar um esconderijo para fugir á catástrofe!
Um amigo lhe respondeu:
-O céu é só ar, apenas ar que tu respiras todos os dias... Quer dizer, tu vives no próprio céu. Porquê tanto receio?
-O céu pode não cair... Mas o Sol, a Lua, as estrelas... não vão cair? E se a Terra se abrir o que poderei eu fazer?
Desta lenda nasceu o provérbio que ainda hoje os chineses usam para descrever os medos, preocupações e inquietações.
Créditos do livro: Cem provérbios Chineses.
Recolha e comentários de Fan Weixin
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