Little Red Riding Hood

Little Red Riding Hood (parte 2)

Para lerem a parte 1 cliquem AQUI

Aka: Então quer dizer que vou ter de ficar aqui para sempre?

Urufu: Bem... sim.

Aka: Está bem! Eu fico.

Urufu: És uma menina muito estranha... normalmente deverias estar a gritar por socorro e estar com medo de eu te comer ou te fazer mal... Porque é que estás tão calma?

Aka: Não tenho nada melhor para fazer nestes dias da minha vida... é mais emocionante estar a falar com um homem-lobo que tem uma orelhas muito fofas!

Ururfu: Sinceramente... bom, anda vou apresentar-te a matilha, mas cuidado, não tenhas medo, eles sentem o medo e pode não acabar bem...

Aka: Não faz mal, não tenho medo, tu proteges-me! Sinto-me segura!

Urufu: Mas quem é que te disse que eu te iria proteger?

Aka: Tu podes pressentir o medo, eu sinto o que sentes no teu coração.

Urufu pega na Aka ao colo e corre por entre árvores e pedras enormes.
Pára no cimo de uma montanha, e pousa a rapariga.

Urufu: Espero que não te achem apetitosa...

Aka: Apetitosa?! Como assim? Não sou bonita?

Urufu: Não, não é isso! Ah, esquece!

A estranha criatura levanta-se levanta a cabeça e olha na direcção da Lua e começa a uivar...

Aka: *pensa*  Que estranho que ele é... parece mesmo um lobinho... o que não o faz deixar de ser fofo!
Realmente ele é muito querido! E ele quer ser durão, mas não consegue, ele queria que eu tivesse medo dele... mas... tão fofo!

Começam a vir mais e mais homens-lobo, e Aka começa a sentir-se mal por ser a unica a não ter umas orelhas fofas, nem pelo no corpo... sente-se excluída.
Urufu pega na Aka novamente ao colo, e levanta-a bem alto.

Urufu: Esta é uma humana! Humana que não teve medo de mim, humana que sente o que nós sentimos, humana que sabe que fala-mos e que somos uma espécie de lobisomens! É uma humana que não poderá voltar para ao pá dos donos dela!

Urufu pousa Aka no chão. Ela abraça-o e sorri para ele.
Aproxima-se um homem-lobo com pelagem negra ajoelha-se perante ela e cumprimenta-a:

Chifú: "Auh" bela donzela!

Aka: Auh pra ti também doce cachorrinho!

Todos se riem, e o Chifú levanta-se e estende a mão á Aka..

Chifú: Queres que eu te mostre as redondezas desta terra magnifica que nunca antes um humano terá visto?

Urufu põe-se na frente e mostrando os seus dentes (da má maneira) diz:

Urufú: Não! A Aka fica comigo. Não quero que ela vá para longe daqui, sabes bem que anda por aí um humano que não é de confiança!

Aka: Mas esta não é uma terra "que nunca antes um humano terá visto"?

Chifú: Anda por aí um... mas felizmente não conhece nada disto! Ele é um "agro" do mal!

Aka: Agro?! O meu nome é Aka...

Urufu: Ele chama "agro" a tudo o que não gosta... nós sabe-mos que os da tua espécie são humanos, e não te quero perto deste humano, entendes-te Aka?

Aka: Oh já é de noite! E a minha avó? Ela está doente e eu tenho de lhe levar aquela cestinha com comida!

Urufu: Qual é a parte de não poderes voltar ao teu mundo, que tu ainda não percebes-te?

Aka: Mas a minha avó está doente! Na idade dela é perigoso ficar sem comer uma refeição!
Por favor lobinho! Leva-me até ela! Por favor, por favor, por favor!

Urufu: Trata-me por Urufu! Nada de "lobinho"!

Aka começa a deixar cair uma lágrimas dos seus olhos, ajoelha-se na frente do Urufu e abraçando-o diz:

Aka: Por favor Urufu... peço-te que me deixes ir ajudar a minha avó! Por favor! Imploro-te!

Chifú: Urufu, olha para ela! Olha o que estás a fazer com a donzela dos lobos! Deixas que ela te implore? És um horror para as fêmeas!

Urufu rosna com cara de zangado, baixa-se e seca as lágrimas da Aka...
Pega mais uma vez nela ao colo, mas desta vez de uma maneira bruta, e corre de tal maneira que a Aka até ficou agoniada.
Pousa-a ao lado de uma árvore, e segurando-a bem forte no braço diz:

Urufu: Ouve bem ó criatura! Eu deixo-te ir porque tu dás a impressão de ser de confiança, mas eu nem sei como te estou a deixar ir... Tens a condição de ter de voltar a esta mesma árvore depois de ires á tua avó, percebes-te? Caso contrario arrepender-te-ás!

Aka: Está bem... vou tentar não me perder... prometo-te que voltarei, se esperares por mim...

Urufu: Se não voltares, eu encarregar-me-ei de te ir buscar. E agora vai! Antes que eu mude de ideias...

A Aka pega no seu cesto e no seu capucho vermelho, que estavam intactos no chão, e corre pelo escuro da noite.
Ao fim de 30 minutos, chega á casa da avó.
Rapidamente abre a porta e encontra... a avó no meio do chão...
Aflita, corre e tenta levantar a avó...
Começa a gritar por socorro, e aparece um homem alto com uma espingarda na mão.

Ollan: Que se passa?

Aka: Por favor ajude-me! Encontrei a minha avó aqui no chão, não sei se respira...

Ollan pega na avó e põe a velhinha na cama.
Começa a medir a pulsação e tapa o rosto da avó com o lençol...

Ollan: Olha pequenina, moras muito longe daqui?

Aka: Não muito... a minha avó está bem?

Ollan: E se eu te levar a casa?

Aka: Não! Eu... eu fico aqui a passar a noite...

Ollan: Mas isso nao pode ser, tenho de falar com a tua mãe ou com o teu pai...

Aka estava a começar a ficar aflita... a avó não se mexia e estava tapada com o lençol, o Urufu queria que ela fosse rapidamente ter com ele á tal árvore, e este estranho homem queria leva-la a casa...

Aka: Eu vou sozinha para casa! A minha mãe não me deixa estar com pessoas desconhecidas...

Ollan: E deixa-te andar sozinha no meio da noite? Olha eu sou caçador, se aparecer algum animal selvagem eu posso proteger-te.

Aka: Não! Não é preciso! Ou vou sozinha ou então fico aqui!

Ollan: Mas eu preciso de falar com os teus pais... Deixa-me ir contigo! Não sejas teimosa...

Aka: Já disse que não! E a minha avó? Não vou deixar a minha avó aqui sozinha!

Ollan: Bem... ela não vai a lado nenhum....

Aka: Então fica você aqui, que eu vou buscar o meu pai e ele vem falar consigo aqui, está bem assim?

Ollan: Pronto está bem... que miúda mais teimosa!

A Aka corre pelo interior da floresta, no escuro e com os vários sons da natureza, que porém, no escuro eram assustadores...

(...continua...)