Clica aqui e lê a décima parte
Ao som da orquestra da igreja, vestida de branco, com um buquê de lírios na mão, Zóia caminhava até ao altar onde se encontrava Ethan.
Ela estava linda, porém, triste. Nos seus olhos verdes via-se a tristeza negra. Nos seus lábios, por detrás do batom vermelho, via-se o pedido de socorro que ela tanto implorava.
Parou de andar e agarrou o braço de Ethan. Enquanto o padre falava, Zóia engolia em seco.
"...fale agora ou cale-se para sempre..."Estas palavras ecoavam na mente de Zóia. Repetiam-se como se a perseguissem até á morte... Mas logo depois seguiram-se outras ainda piores:
-Zóia, aceita casar com Ethan Drave Othan?
Os seus olhos fecharam-se para tentar fugir á realidade, e os seus lábios entreabriram-se para dizer um baixo "sim".
Por momentos, Zóia deixou de ouvir. Ficou surda... Num mundo paralelo, talvez...Mas umas outras palavras a despertaram para a realidade:
-Declaro-vos marido e mulher! Pode beijar a noiva.
Zóia abre os olhos e vê Ethan a baixar-se, tentando alcançar os seus lábios. Um beijo aconteceu, e lágrimas de terror, tristeza e agonia escorreram pelo rosto de Zóia.
Logo depois, Ethan pegou na mão dela e levou-a para fora da igreja.
Arroz era atirado para eles, gritos de alegria e satizfação eram ouvidos de pessoas que Zóia nem conhecia, mas supostamente seriam familiares de Ethan.
Tantos barulhos, arroz, Cindy, Ethan, casamento, aceitação, pais, doenças, morte, tio Morris, beijo, noite... Zóia não aguentou mais, a cabeça dela estava demasiado cheia , largou a mão de Ethan, violentamente retirou o véu da cabeça e... desmaiou...
Dezanove horas. Zóia abriu os olhos e ali estava Ethan.
Segurava na mão dela, com uma cara séria e assustadora.
-Acordou? Pois não era sem tempo! Daqui a pouco partirei, minha esposa. Só voltarei para a semana, e teremos aí a nossa lua de mel...
Dito isto, Ethan levantou-se e saiu do quarto. Zóia estava confusa, mas logo depois relembrou o que tinha acontecido.
Então era assim? Ethan só queria casamento e depois partiria? Deixando-a ali doente, com possíveis vírus que mataram a irmã...
A semana passou e Ethan regressou. Encontrou Zóia pálida e magra como se fosse desfalecer a qualquer momento.
Ela levantou-se da cama ao vê-lo, mas desequilibrou-se como se não soubesse andar e caiu no chão. Começou a chorar... Ethan pegou nela ao colo imediatamente e deitou-a na cama.
-Zóia... -Disse ele olhando-a olhos nos olhos. -Voltei...
Entreabrindo os lábios secos e rebentados da febre, Zóia responde:
-Queria dizer para nunca mais voltar, mas não consigo...
-Eu sei... Tem razão para me tratar assim... Tem razão até para me dar um tiro! Mas gostava de me explicar... -Ethan limpou as lágrimas do rosto dela, e continuou a passar as mãos pela pele macia acariciando-a. -Depois continuou: -O noivado foi por dinheiro, verdade... uma autêntica farsa! Mas o amor é real... Aquela noite foi a consequência do amor que cresceu mais, e mais, e mais... Zóia, eu a amo!
Dizendo isto, Ethan beijou-a. Zóia sentiu-se novamente a escaldar, sentindo o toque dos lábios dele e os seus dedos percorrerem o corpo dela. Até que ela o afastou bruscamente:
-Mentiroso! Como? Como é capaz de me amar se me deixou aqui sozinha uma semana inteira? Como? -As lágrimas escorriam dos seus olhos verdes de raiva.
-Tive os meus motivos... -Respondeu Ethan calmamente.
-Pois sim!
-Venha, eu ajudo-a a vestir-se. Quero que me acompanhe...
Ethan vestiu Zóia, tal e qual como Catherin fizera em outros tempos.
De seguida foram num coche por uma estrada de terra batida.
Zóia fora o caminho todo com a cabeça deitada no ombro de Ethan. Levemente, ele levantou-a e ajudou-a a sair do coche. Estava em casa!
-Esta semana que passou, estive ausente construindo um altar em madeira ao lado da casa dos seus pais. O meu sogro ajudou imenso! Pretendo fazer tudo como deve ser... Foi forçada a casar comigo, mas assim não gosto... Zóia Street Dail, aceita casar comigo e tornar-se uma Othan?
Zóia sorriu como não fazia á muito tempo. Abriu os braços e abraçou Ethan. Não tinha muita força nas pernas, o que a fez cair, mas desta vez Ethan estava ali, forte e ágil, pegando nela e ao ouvido sussurrou:
-Perdoe-me por a ter deixado sozinha em casa uma semana inteira, prometo agora não a largar nunca mais!
Agora Zóia tinha o vestido creme com que a mãe tivera casado com o pai. Nas mãos segurava um ramo de rosas alaranjadas do jardim de Ethan que ela tanto gostava. Concretizou-se assim o verdadeiro casamento entre eles.
De noite, Zóia ainda tinha o sorriso nos lábios. Ethan aproximou-se e acariciou-a. De repente, Zóia ficou muito séria.
-Ethan... não deveríamos ter casado...
-Que tolice! Já se cansou de mim?
-Tenho pouco tempo de vida... Estou com os mesmos sintomas que a Cindy...
Ethan riu e beijou levemente a ponta do nariz de Zóia:
-Não tem pouco tempo de vida nada! Que estupidez!
-Mas é a verdade!
Ele beijou-lhe o pescoço e depois sussurrou:
-Não... eu falei com o doutor... a única doença que você tem é a gravidez, Zóia...
-O quê?!
-Isso mesmo, minha donzela... Vamos ter um bebé... Você só estava doente por culpa da sua louca aventura á chuva... A minha doidinha podia ter apanhado uma pneumonia séria! Sorte que não foi o caso...
-Ethan...
-Sim?
-Quer um menino, ou uma menina?
-Uma menina igual á mãe. Vamos chamar-lhe Zara. -Disse Ethan, rindo enquanto colocava um colar no pescoço de Zóia.
-Oh! Tem um "Z" de rubi! É uma jóia linda!
-Não Zóia... a mais bela jóia é você...
Palavra da autora: Bem, espero que tenham gostado ^^
Na minha opinião foi a historia que mais levei a sério de todas as que escrevi neste blog.
Diverti-me a escrever, espero que se divirtam a ler. Por favor comentem a vossa opinião, é útil para uma futura escritora ;)
P.s. para a Bia: Sim... a Zóia teve um final feliz, espero que tenha sido do teu agrado. ^^